Enxaqueca

A enxaqueca é um tipo específico de dor de cabeça (cefaleia) que costuma provocar dores unilaterais, latejantes e severas, acompanhadas na maioria das vezes de náuseas, vômitos e intolerância a sons, luz e cheiros fortes. As crises tendem a aparecer ocasionalmente, com duração de algumas horas até três dias. Em algumas pessoas, as crises evoluem de episódica para praticamente diária, levando a um grande sofrimento. Acomete aproximadamente 15% da população brasileira. É mais frequente nas mulheres entre os 15 e 40 anos de idade. É uma das principais causas de falta ao trabalho.

A enxaqueca é uma doença multifatorial. Além de fatores genéticos, o consumo de determinados alimentos como queijos, embutidos, chocolate, café e adoçantes com aspartame, sono prolongado ou falta de sono, excesso de exposição ao sol, alterações de hormônios, tabagismo, odores fortes e a ingestão de bebida alcoólica podem desencadear as crises. A ansiedade e depressão, também podem frequentemente estar associados a episódios de enxaqueca.

Durante uma crise de enxaqueca é comum a pessoa passar por etapas bem definidas. Na fase premonitória, o período anterior à dor de cabeça, é comum o desejo por determinados alimentos, alterações de humor, cansaço, bocejos e retenção de líquidos. Depois vem a aura, que normalmente precede a crise, mas também pode ocorrer simultaneamente. Ela ocorre em 15 a 25% das enxaquecas, e se manifesta com alterações na visão como turvação, pontos ou manchas escuras na visão, linhas em “zig zag” e pontos luminosos que duram de minutos a uma hora. A etapa da dor é o período mais incapacitante e incômodo da enxaqueca. A sensação é de dor de um lado da cabeça e latejamento que pioram com qualquer esforço físico. Normalmente o paciente busca um ambiente escuro e silencioso para ficar. Além disso, náuseas, vômitos e sensibilidade a barulhos, luz e cheiros podem acompanhar a dor. Por último vem a fase de resolução, que é a recuperação do organismo após a dor de cabeça e se caracteriza por intolerância a alimentos, dificuldade de concentração, dor muscular e fadiga.

O diagnóstico da enxaqueca é clínico, por meio da avaliação médica dos sintomas relatados pelo paciente e a história familiar. Em alguns casos podem ser feitos exames para identificar se existem outros fatores interferindo na dor de cabeça e confirmar a suspeita de enxaqueca.

O princípio básico do tratamento é a prevenção das crises. Durante a crise aguda, drogas analgésicas são utilizadas para combater a dor. Já na fase de prevenção das crises, podemos adotar medidas farmacológicas associadas a medidas de melhora global da qualidade de vida. É fundamental a adoção de hábitos saudáveis, como relaxamento, atividades físicas regulares, alimentação equilibrada e sono regular.